domingo, 4 de junho de 2017

Sorry, not sorry: Preservação de proteínas antigas e a estupidez crónica do Mats

    Bem, estou com pouca energia e tempo para escrever muito sobre o tema "evolução vs. criacionismo", e muito menos sobre as parvoíces do Mats nesses contexto, mas aqui vou falar das mais recentes (alguns posts mais antigos sobre o assunto, incluindo com citações de outras respostas ao Mats com as quais concordo podem ser encontradas aqui, na minha página do google+: https://plus.google.com/u/0/+MissAtheist32).
    O Mats é provavelmente a personagem mais caricata e conhecida e reúne quase (se não mesmo) todos os problemas relacionados com a argumentação criacionista, como tem sido desvendado ao longo de alguns posts dos meus blogues e de alguns posts na minha página do google+.
    Desta vez, entre outras coisas, no texto «A luta pelo criacionismo na Sérvia» existe um problema de comunicação da parte do Mats sobre a credibilidade de certos "intelectuais de topo" que assinaram uma petição a favor do criacionismo, na medida em que não são todos nem quase todos cientistas com experiência significativa na área da evolução e alguma formação académica em biologia ou cientistas com uma forte formação de base na área e alguma experiência, isto é, cientistas que trabalham na área da biologia evolutiva e áreas afins. A afirmação entre aspas só teria alguma importância e peso na credibilidade e só indicaria que sabiam do que estavam a falar se fosse como eu mencionei em cima. Isto faz parecer que eles têm muito mais credibilidade, peso, reconhecimento e conhecimento do que realmente têm. Dá a ideia de que o criacionismo tem credibilidade e por isso está a vencer. Como eu e outros comentadores apontámos o problema de falta de credibilidade e de transparência na comunicação o Mats comentou da forma do costume, perguntando algo como «qual é a instrução que tem que se ter pata criticar o darwinismo», entre outros, que foram respondidos e onde se podem ler cópias das respostas (algumas ainda a aguardar moderação) aqui, na minha página do google+ e acompanhar a conversa.
    Há mais uma data de problemas com os posts mais recentes do Mats, tais como com o texto «Proteína bastante antiga»: ele quer saltar logo para a conclusão de que a Terra é jovem, e por isso não pode ter ocorrido a evolução, e o criacionismo bíblico está certo e provado cientificamente, mas... e se por algum processo que vale a pena investigar ela ficou preservada dentro dos ossos, o que só por si só ajuda? Depois de eu comentar sobre este assunto, o Mats escreveu: «“Por algum processo”? Ou seja, tu tens a fé que há por aí um “processo” que pode preservar tecido biológico durante “milhões de anos”?»
    A verdade é que muitas vezes o que o Mats escreve não merece resposta mas mesmo assim eu (e outros) forneço respostas para bem do leitor pouco informado e na dúvida. Por isso, não, não há fé, há uma hipótese colocada face aos dados disponíveis (ex.: que se encontram dentro do osso; que estão muito bem preservadas apesar da suposta idade). É assim que se faz numa investigação científica. Colocam-se hipóteses dignas de testar (e quando eu digo dignas é que não vão contra tudo o que se sabe e está mais que bem fundamentado – pelo menos não numa fase inicial).
   O que eu disse entre parênteses “()” vai de encontro ao que disse a Ana Silva:

«...No entanto, mesmo para aqueles que não aceitam a fiabilidade da datação radioquímica, é difícil contrariar o facto de que a formação de rochas sedimentares (onde se encontram a maioria dos fósseis de dinossauros conhecidos) é um processo muito lento, que ocorre ao longo de milhares de anos. Por esta razão não é possível aceitar que um fóssil tenha menos de duas dezenas de milhares de anos.
A existência crescente de exemplos de proteínas em fósseis obrigou a que a comunidade científica tivesse de rever esta questão. Por um lado não é possível questionar que os fósseis de dinossauro têm milhões de anos. Mas as proteínas encontradas não parecem resultar de contaminação. A osteocalcina, por exemplo é exclusiva de animais.
Para a comunidade científica a única conclusão possível é que é necessário rever o que se sabe sobre o processo natural de destruição de proteínas, para tentar determinar se existem ou não condições que permitam que as proteínas se mantenham estáveis por longos períodos de tempo. Esse trabalho tem sido feito para várias biomoléculas, incluindo a osteocalcina»

    Ela tem razão, com todo o corpo de evidências a favor da sua antiguidade devíamos era concentrar os esforços (pelo menos como primeiro recurso) a rever o processo de degradação de biomoléculas e a estudar formas de preservação.
Muito mais a dizer não há sobre estes aspecto, pois nada vai curar o Mats da sua cegueira intelectual provocada pela sua religiosidade extrema, que constitui uma parte colossal da sua identidade.
    Por último mas não menos importante, o Mats escreve sobre o ateísmo desta vez, mais especificamente sobre o ónus da prova - se é do crente ou do ateu, fazendo a seguinte afirmação: «A nova definição de “ateísmo” como uma mera “ausência de crença” é precisamente uma vá tentativa de evitar ter que oferecer algum tipo de argumento em favor da irracionalidade que é o ateísmo.» – Não, é apenas uma descrição da visão do mundo da maioria dos ateus de topo de hoje em dia, o Mats é que não gosta porque tem dificuldade em arranjar contra-argumentos minimamente decentes. Mas o Mats nunca o admitiria (por razões óbvias).
    O texto continua: «Mas o “curioso” é que as pessoas que dizem nada mais ter que uma “ausência de crença” são essencialmente as mesmas que afirmam dogmaticamente que “Deus não existe”.» – Bom talvez porque na prática, eles vivem a sua vida como se não existisse, e assim, para eles, na prática não existe, e para eles é estúpido acreditar nisso. Pois é, pode ser ofensivo para alguns crentes, mas esta é a (cruel?) realidade. Aprendam a lidar com isso.
    O Mats escreve ainda: «Eles, tal como os evolucionistas na questão criação-vs-evolução, evitam o confronto quando sentem que podem perder, mas querem avançar com o mesmo quanto têm a fé de que podem vencer.», e deixa um link para este texto: https://darwinismo.wordpress.com/2011/04/18/criacao-ou-evolucao-evolucionistas-negam-este-dualismo-mas-usam-no-com-frequencia/, ao qual eu dei a minha resposta: não vejo problema em dizer que há outras alternativas porque algumas já têm sido propostas (embora em não concorde com elas). Acrescento ainda: o problema dos criacionistas é a certeza ilusória de que estão certos, se vamos começar a apontar o dedo uns aos outros. E quando eu digo ilusória, está quase ao nível de uma pessoa com perturbação narcisista da personalidade considerar-se omnipotente e achar que nada de mal lhe acontece faça ela as manobras perigosas que fizer. Ofendo-os com estas comparações? Talvez. Mas são bastante boas e algo óbvias. Sorry not sorry.
   
   P.S.: O Mats não aprovou os comentários. Das duas uma ou fui apanhada ou eram tão destrutivos para as ideias que ele queria passar por verdades, que ele nem se atreveu.

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