terça-feira, 3 de março de 2015

Pais católicos, filhos ateus: como dizer aos teus pais que és ateu?

Esta é a uma espécie de segunda parte do último post, Ateísmo: como dizer aos teus pais cristãos que és ateu?, na qual eu me vou focar mais nos pais católicos, pois é com esses que estou mais familiarizada, embora, mais uma vez, eu não tenha experiências para contar na primeira pessoa, uma vez que os meus pais, como já mencionei, não eram muito religiosos. Bem, os pais católicos (de que eu tenho conhecimento) são chatos. Muito chatinhos. Fazem-te ir à missa e à catequese todos os santos fins-de-semana, quando podias ficar a dormir ou podias sair para outro lado qualquer... enfim, tudo menos ir à seca da missa! (Isto é tão típico!) 
Bem, isto é mais dirigido aos ateus adolescentes e não tanto aos que nem pensaram sobre o assunto e não querem ir, sobretudo porque lhes apetece fazer outras coisas, que para eles são prioritárias, tal como... dormir. Mas mesmo esses, se tropeçarem nisto podem ficar e ler o resto (talvez ajude). Tive um colega que era mais ou menos assim. E a mãe (católica) era uma chata de primeira. 
Se depois de alguma ponderação chegares à conclusão de que o certo (para ti, pelo menos) é seres ateu, seja por falta de razões/evidências para acreditares, seja por uma questão do que é mais provável ou não (anti-teísmo ou ateísmo forte), e, como tal, para ti, ir à missa é inútil (a não ser que tenhas outras razões para ir), então, é melhor arranjares desculpas, pelo menos ao princípio: "Mãe, tenho teste amanhã, tenho que estudar!". Assim, talvez ela se vá habituando à ideia de que tens outras prioridades, de que a religião não é importante para ti aos poucos. E se ela se habituar a que tu fiques em casa, então, nem haverá um grande conflito. Isto, para católicos "de fim-de-semana". Se os teus pais forem do tipo de falar em deus, no céu e no inferno a toda a hora e de te mandarem rezar, então aí temos um problema - sim, esse tipo de pais existem, pelo menos nas aldeias. Se assim for, é porque eles são mesmo muito devotos (ou muito falsos) e vai ser complicado. Aí é melhor dizer que estão doentes e que rezam em casa, que vão mais vezes noutra altura (e depois não vão). Isto é uma maneira dissimulada de atingirem os vossos objectivos. Também podem continuar a ir e a rezar, etc. para evitarem o conflito a 100%. Mas isso vai apenas ensinar-vos a serem passivos e que essa é a melhor maneira de resolver as coisas. 
Outra via é serem assertivos. Dizerem o que têm a dizer. E ficarem de castigo até aos 40. 
Se essa for a escolha, eu apoiaria em certos casos, por exemplo, se os vossos pais não forem praticantes regulares (isso pode ser indicador que a religião não é assim tão importante para eles) ou se forem apenas católicos de fim-de-semana. Mas aí já sabem que eles podem tentar fazer-vos mudar de ideias (especialmente os últimos) e vão fazer-vos ir à igreja na mesma (e aí, "nada de desculpas"). Se forem uns chatos de primeira e passarem a vida falar de religião, então não apoio de maneira nenhuma. 
Agora, um último conselho: não sejam agressivos para os vossos pais - eles deram-vos tudo o que têm, criaram-nos com carinho (espero eu...) e podem ainda ajudar-vos a construírem o vosso futuro. Não deixem que a religião estrague por completo uma relação que antes era boa, se não mesmo quase perfeita. 

Bem, vou-me embora, vou-me preparando para a aula da tarde.

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